#1 Healthy bragging | Traduzindo, são pessoas que se gabam por serem (parecer também vale) saudáveis. Durante muito tempo ninguém queria passar o sábado com roupa de ginástica. O bacana era ostentar a bolsa nova da marca cara com muitos dígitos; o carro do ano; a etiqueta enorme estampada na jaqueta. A onda agora é não é o ter, mas sim o ser. E ser saudável nunca esteve não na moda. Não à toa esse movimento sugere que a calça legging e a jaqueta de corrida, por exemplo, ultrapassem o perímetro da academia, pois funcionam como um signo para: “me visto assim, logo sou saudável”! Postar nas redes a conquista na postura nova na yoga, os quilômetros percorridos no parque e a foto na academia badalada tornou-se cool. O local de malhar, aliás, está se tornando um espaço de networking. O assunto foi tema de uma palestra do WGSN – agência que mapeia tendências mundo afora – em São Paulo, nesta semana. A coolhunter Bruna Ortega contou que o healthy bragging já tem sido usado lá fora para definir os integrantes desse grupo. Em contrapartida, os caçadores de tendência já apontam o surgimento do fitsters. Isso mesmo: o novo hipster é saudável, acorda cedo para correr com a turma, faz os exercícios mais diferentes, pedala pelo mundo…
A estética esportiva está ultrapassando o perímetro da academia
#2 Terapias holísticas | Entre 2013 e 2015, houve um boom do culto ao corpo, mas os projetos do tipo #barrigachapada, #bumbumnanuca e #projetoverão estão ficando para trás. Estamos na era de praticar um estilo de vida saudável de maneira integrada: corpo, mente e espírito. Não é à toa que terapias como reike não param de ganhar adeptos – experimente dar uma busca na internet e e vai encontrar uma infinidade de cursos de formação em qualquer cidade.
#3 A volta das pedras minerais – e místicas | Quartzo rosa e turmalinas invadiram os acessórios de moda, a decoração e as terapias. Um tanto hippie chique.
Quartzo rosa
#4 Nômadismo | Imagine: a primeira reunião do dia acontece em um café no Rio de Janeiro. Mas também poderia ser Paris. Ou São Paulo. Ou a Índia. Parece sonho? Paras os nômades digitais trabalhar viajando é uma realidade graças às tecnologias móveis. Trabalhar dentro de um escritório está cada vez mais longe de ser a única alternativa para ganhar dinheiro e exercer um ofício. Mas, claro, talvez um indivíduo materialista não se adaptaria tão bem…
#5 Cosméticos artesanais | O feito à mão tem uma carga afetiva, é natural, sustentável e respeita o comércio justo. Além disso, é muito mais fácil saber o que compõe uma fórmula e o que estamos colocando na nossa pele. De carona no movimento Slow Beauty – que prega uma beleza mais consciente e livre -, mulheres do mundo todo estão resgatando receitinhas milenares… No ano passado, a receita do desodorante, do esfoliante e da máscara de abóbora foram sucesso aqui no blog.
O óleo de coco é um coringa nas receitas artesanais de cosméticos
#6 Permacultura | É o conceito que reúne técnicas e práticas economicamente éticas e acessíveis, que integram a convivência sustentável entre o homem e o planeta. A permacultura atende necessidades a longo prazo sem explorar o meio ambiente aonde é implantada. Além disso, trata a vegetação, animais, construções, infraestruturas (água, energia, comunicações) como sendo todos parte de um grande sistema intrinsecamente relacionado. Você já viu internet afora fotos de casas sustentáveis? São exemplos lindos de permacultura. Mas o conceito pode ser implantado em qualquer área urbana também.
#7 Ginecologia Natural | Durante muito tempo, mulheres tinham o hábito de cuidar umas das outras, viam a menstruação como parte da essência feminina; as ervas curavam doenças físicas e emocionais, enquanto parteiras e doulas faziam do parto um momento bonito e natural. Com a chegada da tecnologia, da medicina e da indústria, vieram os anticoncepcionais, bombas hormonais que além de causar problemas de saúde, nos impedem de acompanhar nosso ciclo e reconhecer a essência feminina. A sociedade criou uma crença de que menstruação é algo ruim, doloroso e sujo. A sabedoria feminina ancestral quase se perdeu nas últimas gerações. Há poucos anos, porém, mulheres do mundo todo voltaram a se reunir em círculos, a retomar os saberes antigos, como o uso das ervas, dos rituais de beleza, da medicina antiga, graças a pesquisadoras e coletivos que disseminam o tema para uma nova geração – como o coletivo Matricaria e Eu livre idealizaram o e-book em parceria com Manual das Ervas para o Ciclo Feminino. Outro exemplo do resgate do feminino é a popularidade que o coletor menstrual ganhou no último ano. Estamos vivendo, enfim, uma re-significação e valorização da essência feminina. E a nossa saúde é uma urgência!
#8 Sustentável com estilo | A indústria da moda passou por muitas polêmicas nos últimos anos: marcas até então com credibilidade, sendo acusadas de trabalho escravo. Além disso, vários movimentos, com o Roupa Livre e o Ecoera, além de documentários, disseminam os impactos ambientais que uma peça pode causar. Você sabia que a indústria dos jeans é uma das mais poluentes? E você não precisa mais comprar malha ou móvel de garrafa pet para ser sustentável – e, muitas vezes, sem estilo. Vem muita coisa linda por aí. Aqui, 9 atitudes para consumir moda de maneira mais sustentável sem perder o estilo.
Vestido com tingimento 100% natural da estilista paulistana Flávia Aranha. Urucum, açafrão, romã e até repolho são usados no processo (Foto: divulgação)
#9 Menos lixo, por favor | Não basta separar o lixo doméstico para a reciclagem. A história da Cristal Muniz, que contamos aqui, é bastante inspiradora.
#10 Faça você mesmo | Artesanato é arte e relaxa. Aliás, está cada vez mais moderno. Escolha uma técnica e se expresse por ela: tricô, bordado e crochê estão em alta. Quem não sabe fazer, procura quem sabe – e ajuda a valorizar o comércio local e justo. O ato de fazer, seja a própria comida, a própria roupa ou o próprio cosmético, é pura independência. Coletivos que reúnem a nova geração de artesãs, além de inspiradores, auxiliam quem quer começar com agulhas e lãs. É o caso do Amor em Ponto, que se reúne todas as tardes de sábado, no Parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo; o Clube do Bordado e o 13pompons, da Letícia Massa – já viu na rua alguma árvore com roupinha de tricô? Tem grandes chances de ser obra dela. Na onda, grandes marcas têm aproveitado a estética artesanal em suas coleções.
Até a carioca Farm lançou coleções inspiradas na estética artesanal
#11 Plantar a própria comida | Isso nos leva ao plantio de hortas caseiras. E morar em apartamento não é mais desculpa para isso – basta cultivar temperos que mais usamos no dia a dia em pequenos vasos que, além de decorar e perfumar o ambiente, deixam nosso momento culinário mais prático e saudável. Receber os amigos com uma massinha cujo ingrediente principal do pesto veio do quintal de casa ou da sacada do apê é muito amor.
Cascas de ovos são ótimas “casinhas” para mudas de tempero
#11 Retiros fora da cidade | Retiros de alimentação, yoga, meditação, cura pessoal, dança contemporânea ou qualquer outro motivo para se reconectar com a natureza.
#12 Ingredientes naturais na grande indústria da beleza | Na onda do movimento slow beauty que prega uma beleza mais simples e consciente, as grandes marcas passaram a apostar nos ativos populares na cozinha e estampa-lo no rótulo, mesmo que o produto não seja, de fato, natural. Mais do que nunca vale olhar as letras minúsculas nos rótulos. Aqui, um guia de como identificar cada fórmula.
#13 Meditação para todos | Meditação é ciência. Já foi comprovada por diversas pesquisas o poder no cérebro. Com o acesso a informação, está cada vez mais fácil encontrar a técnica ideal de acordo com o próprio estilo de vida, dosha e rotina. Mais uma vez os espaços públicos cumprem sua função: meditar requer apenas um cantinho e pronto. Se você acha difícil sozinho, procure grupos perto de você, como estes que indicamos aqui.
#15 Ocupação pública | Hábito comum Europa afora, em meados do ano passado as avenidas, praças e parques do Brasil começaram a ser ocupados de uma maneira diferente: piqueniques, feiras colaborativas, shows gratuitos, eventos de fitness e bem-estar. De carona nessa tendência, outra: exercícios ao ar livre. Ninguém mais quer ficar na academia, tanto que as ruas nunca tiveram tantos corredores; os parques grupos treinando funcional; até yoga nas praças é possível encontrar grupos. E impossível não citar a feliz abertura da Av. Paulista aos finais de semana!
Eu, em um evento de fitness no Parque do Ibirapuera (Foto: a Naturalíssima)
#16 Veganismo | Considerado uma filosofia de vida, esse movimento vai além de um modismo: o que acontece é que, a medida que temos mais acesso ao impacto ambiental da indústria pecuária no planeta, por exemplo, fica difícil continuar consumindo carne. E a informação está cada vez mais acessível. Levar um estilo de vida saudável pela metade – fazendo dieta, mas consumindo carne em excesso, por exemplo – vai ficar fora de moda. Não é à toa que restaurantes e marcas estão investindo em produtos livres de crueldade animal. Mesmo quem não quer tornar-se um vegano, de fato, pode deixar de contribuir diretamente com esta indústria e diminuir o consumo de derivados animais tamanha a oferta e disseminação de receitas, caso do leite “fake” de amêndoas e do sorvete de manga.
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