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Precisamos falar sobre suor, cheiro, cê-cê e outros mitos - além das substâncias nos desodorantes


Passamos a vida acreditando que o suor é responsável pelo odor, aliás, que transpirar, por si só, é motivo de vergonha (no homem é sexy, na mulher nojento – sempre foi o consenso). Na mídia, propagandas mostram os anti-transpirantes como a oitava maravilha do mundo, além de fórmulas consideradas revolucionárias (anti-manchas, branqueadoras…) enquanto, na verdade, nos distanciam ainda mais das funções orgânicas do nosso corpo.


Por isso, antes de discutir qual marca é melhor, qual tipo de fórmula é a ideal ou como ter uma relação de sucesso com um desodorante natural, é essencial mesmo refletir sobre estes padrões sociais que pautam nosso consumo e impactam negativamente na saúde, no meio ambiente e na autoestima. Paciência, desapego da zona de conforto e mudanças de hábitos são critérios básicos para uma transição realista. Do contrário, a frustração é inevitável.


“Impedir a transpiração é uma forma de diminuir a via de eliminação das toxinas do organismo, podendo sobrecarregar outras vias, principalmente se inibir com o uso do alumínio que, por sua vez, ainda contamina a corrente sanguínea podendo aumentar o risco de câncer e Alzheimer”, afirma a endocrinologista Alessandra Rascovski, de São Paulo.


O maior mito neste universo, talvez, seja que o simples falo de suar possa gerar o odor. E não é bem assim.  “Na verdade os aminoácidos secretados no suor ativam enzimas seletivas presentes em microrganismos que colonizam a pele, o que estimula a liberação do odor”, explica a médica.

Não é preciso inibir a transpiração para evitar o odor.


As substâncias nos anti-transpirantes


Ainda assim, dentre os tipos de desodorante, os que impedem de transpirar são os mais procurados nas gôndolas das farmácias. Coisas da grande indústria que tenta vender a qualquer custo.


Além do perigo de inibir uma função orgânica do corpo, anti-transpirantes são os que mais contém cloridrato de alumínio – ingrediente que há anos está no alvo de pesquisas que o relaciona ao surgimento de câncer. 

A endrocrinologista Alessandra Rascovski explica que ele pode penetrar na pele e atingir o sistema circulatório. “Os estudos mostram que o excesso deste pode influenciar na causa de câncer, desequilíbrio hormonal e doenças degenerativas”.


Outros ingredientes comuns nos desodorantes convencionais são os parabenos e o triclosan – ambos também considerados disruptores hormonais, dentre outras funções nocivas ao organismo e meio ambiente. Você pode ver também sobe outroas substâncias na nossa série "Anatomia de um desodorante convencional".

"cecê" não é fruto do suor. E sim da proliferação de bactérias

Suor, cheiro e pdrões


O nosso cheiro diz muito sobre nosso organismo. “Suar é uma das formas mais tradicionais das medicinas primitivas de observar a saúde das pessoas. O médico sempre deveria perguntar sobre as fezes, xixi em boa quantidade e se consegue transpirar”, afirma a naturóloga especialista em ayurveda Maira Salomão.


É natural juntar toxinas no dia a dia de acordo com o que comemos e até sentimos. “Se o corpo está com algum acumulo de toxinas e elas não saem por todas as glândulas, por sorte elas podem sair pela urina, por exemplo. Se não, se instalam em alguns órgãos e, sim, isso pode levar ao agravamento de patologias”, completa.

O cheiro faz parte da existência de cada um de nós e, obviamente, varia e tem suas individualidades. “Mulheres tendem a ficar com o odor das axilas mais forte um pouco antes e durante o período pré-menstrual”, lembra Maíra.


Vale refletir:  será que um odor atípico e mais forte pode estar representando algum excesso?


Sobre "cê-cê" e estilo de vida

Tecidos naturais que permitem ventilação previnem o cc


Quando, depois de muito tempo (as vezes uma vida inteira), uma pessoa se permite suar nas axilas, há uma ressignificação de que todo mundo tem um cheiro. E que esse cheiro muda conforme nossos hábitos alimentares, estilo de vida e emoções. Se não é o suor que dá cê-cê! – o odor vem dos ácidos liberado por bactérias – então ainda que usemos fórmulas naturais que impeçam a proliferação da bactérias, muitos hábitos podem alterar nosso cheiro.


Na transição (não pense que você usa desodorante há um ano já é uma sênior no assunto. Estou nessa há mais de cinco e, olha, é sempre uma descoberta) mudar hábitos é essencial – inclusive para a sua relação de confiança com a alternativa que você escolher (seja uma caseira ou da prateleira verde). Cultive paciência, auto-observação e coragem de fazer escolhas saudáveis.


Hábitos que tendem a deixar o cheiro mais forte

  1. roupas sintéticas

  2. estresse

  3. excesso de carne vermelha

  4. alimentos fortes e que esquentam como alho, pimenta, cebola, curry

  5. excesso de bebida alcoólica

  6. ser fumante

  7. tratamentos com remédios fortes…

  8. embutidos e temperos industrializados

  9. alterações hormonais (na dúvida, vá ao endocrinologista)

E que para ajudam a equilibrar o odor

  1. usar roupas de tecidos que possam ventilar, como fibras naturais

  2. lavar  as roupas uma vez com bicarbonato de sódio para desintoxicar a roupa.

  3. no banho, usar sabonete de argila e buchinha vegetal nas axilas

  4. aliás, seque bem a suas axilas antes de aplicar qualquer produto.

  5. alimentos que ajudem a digerir as toxinas acumuladas: cominho, beber muita água e até água de coco!

  6. faça exercícios físicos. Suar é vida!

Leitura complementar “O que tem dentro do seu desodorante?” Leia mais sobre um dossiê dos ingredientes suspeitos mais comuns nos anti-transpirantes aqui.

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