Costumo chamar o óleo de coco de canivete suíço da cosmética natural. E juro que não é exagero. Versátil, ele vai da pele aos cabelos com segurança e facilidade, além de ter mil e uma utilidades, entre elas se sair muito bem como base para desodorante natural, demaquilante…
Sua função capilar, no entanto, é uma das minhas favoritas. Isso porque o resultado é realmente surpreendente mesmo quando comparado a fórmulas convencionais – como jornalista de beleza nos últimos seis anos, já testei de tudo e, antes de voltar à minha essência simples, já tive uma longa fase com a prateleira abarrotada dos lançamentos tecnológicos e, nem sempre, conscientes.
Meu jeito preferido de aplicar o óleo de coco nos fios é como um tratamento noturno.
Meu ritual é assim: pouco antes de dormir, aplico o óleo do topo da cabeça – começando dois dedos da raiz para baixo – até as pontas, que costumam ganhar reforço. Tenho cabelos de comprimento médio-longo – que passam da altura dos ombros -, mas não exigem mais do que uma colher de copa do óleo em estado sólido (líquido deve dar umas duas um pouco mais).
Como o meu sempre está sólido, porque costumo guardar na geladeira, fricciono entre as mãos para ele derreter. Passo como se fosse um condicionador e, depois, faço um coque baixo usando um elástico fino de tecido. No outro dia pela manhã lavo normalmente com xampu e condicionador – às vezes pulo esse segundo passo e finalizo com o mesmo óleo nas pontas.
Costumo fazer o ritual uma vez por semana ou quando percebo os fios mais porosos, com muito frizz ou mesmo danificados por um fim de semana de praia.
{O melhor é que, por ser tão versátil, dá para estender o ritual e hidratar o rosto, os lábios, o corpo…}
Sim!
O resultado O melhor anti-frizz da vida! A verdade é que meu cabelo é “virgem” – como são chamados, popularmente, os fios que nunca passaram por químicas, como alisamentos e tinturas. Na verdade, nunca usei nada disso porque amo meu liso ondulado e a cor castanha. Mas, durante muito tempo, como já contei, usei produtos das marcas mais badaladas – muitas vezes nada conscientes – enquanto o que eu precisava – por não ter fios com grandes problemas – seria algos simples, extraído da natureza sem grandes processos. Além de hidratados, eu sinto meus cabelos mais soltos, macios, brilhantes e sem os fios arrebentados. Viva a beleza minimalista.
Tem técnica O que eu faço, aliás, é uma versão personalizada (à minha rotina) da pré-espumação (pre-pooing, em inglês), que é feita colocando um pouco do óleo sobre as mãos e depois massageando todos os fios de cabelo. A proposta da técnica é que o produto fique nos cabelos de 30 minutos a duas horas. Depois, lava-se normalmente.
Outra função que me agrada bastante é como um leave-in na praia e piscina para proteger, sobretudo, da água do mar e do cloro da água da piscina – sempre coloco um pouco em um potinho de vidro pequeno e levo no nécessaire.
Praia&Mar: outra função protetora capilar incrível! E ainda ajuda o cabelo a ficar controlado (Foto: arquivo pessoal)
Óleo de coco, a escolha
Eu já estava acostumada a usar óleos de coco convencionais – dando preferência às versões orgânico e/ou extravirgem -, quando conheci, por indicação de uma amiga empresária do ramo natureba, o óleo de palmiste ( extraído da amêndoa da Palma), que tem as mesmas propriedades do óleo de coco de praia, mas com uma vantagem interessante para quem gosta de usar no dia a dia: o cheiro é bem mais suave. Na verdade, eu nem sinto muito o aroma. E foi conhecendo o óleo de palmiste que conheci a Lazlo, marca/empresa de matéria-prima cosmética, e cheguei a duas pesquisas sobre o tema óleo de coco x cabelos:
-Um dos estudos avaliou o efeito que diferentes óleos tinham sobre os fios de cabelo. Foram observados os óleos de girassol, coco e óleo mineral. O de coco foi o único capaz de reduzir a perda de proteína tanto em cabelos danificados, quanto não danificados, quando empregado antes da lavagem e depois como um leave-in.
-É que todos os óleos de coco, e isso inclui o de palmiste, são ricos em triglicérides de cadeia média (TCMs), principalmente ácido láurico, que possui uma alta afinidade pelas proteínas do cabelo. Já o óleo mineral não possui nenhuma afinidade com as proteínas do cabelo, sendo incapaz de penetrar dentro dos fios para trazer benefícios. No caso do girassol, o estudo também mostrou que ele não penetrou a fibra capilar e consequentemente não teve nenhum efeito positivo na perda de proteína.
Os meus:
{ Óleo de Palmiste, 500g, Lazlo (R$ 45,90) }
E esse potão do óleo de coco palmiste? Costumo fracionar em vidros pequenos. Isso facilita levar em viagens e deixar em banho-maria quando está muito sólido (Foto: aNaturalíssima)
{ Óleo de Coco, extravirgem, 200g, Copra (R$ 23) }
Óleo de coco: a versão orgânica (essa marca também tem) é sempre mais consciente (Foto: aNaturalíssima)
Update } a pedidos, os links originais dos estudos citados no post: 1. Rele AS et al. Effect of mineral oil, sunflower oil, and coconut oil on prevention of hair damage. J Cosmet Sci. 2003 Mar-Apr;54(2):175-92. http://journal.scconline.org/…/cc054n02/p00175-p00192.pdf 2. Ruetsch SB et al. Secondary ion mass spectrometric investigation of penetration of coconut and mineral oils into human hair fibers: relevance to hair damage. J Cosmet Sci. 2001 MayJun;52(3):169-84. http://journal.scconline.org/…/cc052n03/p00169-p00184.pdf * ambos indicados pela Lazlo.
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