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Esfoliante: o perigo das microesferas de plástico + receitas caseiras

Há poucos dias o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou um projeto de lei que proíbe o uso de microesferas de plásticos em itens de cuidados pessoais, como esfoliantes. Entenda como essas “bolinhas”  estão contaminando nosso oceano e chegando até o nosso prato

Misturar fubá, açúcar e mel é das misturinhas de beleza mais populares e resistentes ao tempo – quem nunca?

A ação mecânica do movimento circular do grão (como açúcar, fubá, aveia, sal…) na pele remove a camada  “morta” e promove uma renovação celular. Além de ser hidratante, o mel ajuda os grãos a deslizarem melhor, evitando que eles machuquem a pele. Além da eficácia certeira e do baixo custo, fazer um esfoliante em casa gera zero lixo ao planeta.

Vantagens de usar uma  fórmula artesanal no lugar de um esfoliante da grande indústria. Se a sua escolha na perfumaria é por uma marca natural e orgânica, que usa grãos naturais (como sementes de maracujá), ok. Não faz mal algum à pele. E se a marca escolhida é realmente do bem, ela terá uma fórmula saudável e embalagem sustentável.

Mas se o seu eleito são esfoliantes comuns da indústria convencional, o risco de estar usando uma fórmula com com  microesferas de plásticos é grande. E o resultado é mal para o meio ambiente e a própria saúde. A urgência não é à toa.

Sabe que acontece quando usamos um esfoliante/gel/sabonete com esse tipo de partículas?

As microesferas são minúsculas bolinhas  produzidas a partir de alguns tipos de materiais naturais ou sintéticos.

As mais utilizadas em produtos de higiene pessoal são as de polímeros (microplásticos – sobretudo  polietileno, polipropileno, polietileno tereflalato, polimetilmetacrilato e até  náilon). As “bolinhas” saem pelo ralo do banheiro direto para o sistema de esgoto. Como as águas residuais não conseguem filtrá-las, elas vão parar no oceano e, por não serem biodegradáveis, são de difíceis remoção.

Resultado: as microesferas de plástico ficam boiando concentradas  pelo oceano e são confundidas com comida. Primeiro intoxicam os animais marinhos e, muitas vezes, vão parar no nosso prato – sim, é muito possível estarmos  consumindo animais contaminados com essas bolinhas de plástico.

A campanha internacional “Beat the Micro Bead (“Acabe com as microesferas”) conta com 80 organizações governamentais de mais de 30 países finalmente teve uma grande conquista nos Estados Unidos: a lei que proíbe o uso das microsferas de plástico nos itens de cuidados pessoais entrará em vigor gradativamente a partir de julho de 2017 e as grandes empresas terão de se adequar.

Já organização 5 Gyres Institute, entre centenas de ações, produziu um vídeo que conscientiza a população sobre o tema.


No Brasil Enquanto a lei não chega por aqui, é necessário ler bem o rótulo de cada item que compramos. Segundo o site e-cycle, já há até um aplicativo internacional – cuja versão nacional está em fase de testes – que ajuda nesta questão. Mas, enquanto ele não se torna uma realidade, a ONG Global Garbage disponibilizou um e-mail (natalie.andreoli@globalgarbage.org.br ) para que as pessoas tirem fotos do rótulos com a composição dos produtos que contêm microesfera e as enviem para o e-mail.

Repense seu consumo. Abaixo, sugestões de fórmulas artesanais.

{ RECEITAS CASEIRAS } Escolha um dos mix abaixo, misture até formar uma pastinha e aplique suavemente em movimentos circulares. Lave com água corrente. No rosto e nos lábios, prefira elementos finos, como a aveia e o fubá. O mix com sal grosso é ideal para as áreas mais ressecadas do corpo.


mel e aveia: misturinha clássica para esfoliar

Mel e aveia: misturinha clássica para esfoliar


  1. Fubá + mel

  2. Açúcar orgânico + mel (tradicional e certeira!)

  3. Aveia em flocos + água (hidratante e ideal para as peles mais sensíveis)

  4. Aveia + água + açúcar orgânico (mais potente para o corpo)

  5. óleo de coco + açúcar orgânico (básica e eficaz)

  6. restinho de chá verde (deixa secar) + óleo de coco ou óleo de rosa mosqueta ( antioxidante e revigorante)

  7. sal grosso + óleo 100% vegetal (para as áreas mais secas, como joelhos e cotovelos)

{Fontes} Livros: “O mundo sem nós” e “Contagem Regressiva” (Alan Weismann) www.reciclabrasilambiental.com.br www.5gyres.org bloomberg.net

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