top of page

Diário de uma vegana: Alana Rox ganha programa no GNT e lança livro de receitas

Ativista, influencer digital e cantora, a catarinense acaba de lançar o livro de receitas veganas e um programa no GNT. Confira a entrevista, onde ela fala sobre os novos projetos, comenta os mitos que pairam sobre o universo vegano e até revela sua rotina de beleza consciente.

Com mais de 100 mil seguidores, a catarinense Alana Rox, rosto e ativista por traz do perfil The Veggie Voice, é uma das instagramers veganas mais conhecidas das redes sociais. Além das receitas apetitosas, um de seus desafios na rede é mostrar que comida vegana não é só saborosa, como também pode ser acessível financeiramente.

Aos 37 anos, a cantora – que é vegetariana desde que nasceu e vegana há 11 anos-, colhe os frutos das dicas, receitas e inspirações que compartilha diariamente: acaba de lançar seu primeiro livro, o Diário de Uma Vegana (Editora Globo Estilo), com receitas e dicas culinárias. E a partir do dia 29 estreia um programa – com o mesmo nome do livro – no GNT. O conteúdo será exclusivo para as plataformas digitais do canal (GNT Play, site, Youtube Receitas GNT e serviços de vídeo on demand das TVS por assinatura), com episódios inéditos toda quinta-feira. Em entrevista exclusiva ao aN, Alana fala dos mitos e propósitos do universo vegano, da rotina de beleza  e dos novos projetos.


Do Instagram para a TV: Alana Rox em cena no Diário de uma Vegana

Do Instagram para a TV: Alana Rox em cena no Diário de uma Vegana


Você conta você que “nasceu” vegetariana. Como foi isso foi possível sendo filha de gaúchos? Eu digo que nasci vegetariana pois desde as papinhas de neném eu não aceitava nenhum tipo de alimento animal: vomitava, não engolia e chorava muito. Sendo filha de gaúcha, não foi simples, pois meus pais tinham uma alimentação comum: comiam carne, churrasco toda semana… Tentaram de tudo para me obrigar a comer. Como nasci também escorpiana e teimosa, nada deu certo, hehehe.

Daí foi um passo para o veganismo? Tornei-me vegana há 11 anos quando vim morar em São Paulo e queria aplicar na prática tudo que eu vinha estudando por anos. Por falta de informação e conhecimento, eu como vegetariana, cometia muitos erros comuns: comia muito queijo, amidos, massas, pães, industrializados cheios de químicas, etc… Ou seja, produtos que são considerados alimentos e  que podem ser muito inflamatórios, então minha imunidade estava sempre baixa e eu sempre doente.

É muito comum quem entra no universo apelar para alimentos que não tenham origem animal, mas que não sejam saudáveis, né. Falta de informação, talvez? No meu caso eu comia errado achando que estava fazendo certo, pois assim a grande maioria o faz. Eu tive muitos problemas de saúde: sempre estava gripada, tinha muitas alergias, rinite, muitas inflamações como faringite, amigdalite, sinusite, tinha refluxos, muita enxaqueca e tive transtorno de ansiedade e síndrome do pânico por mais de 10 anos. Nenhum médico me perguntava o que eu comia, apenas me receitavam remédios. Minha mãe tinha muitos dos problemas de saúde que eu tinha e eu achava que tinha herdado a enxaqueca. Quando minha ela tinha 42 anos,  teve 3 AVCs graves. Para mudar meu destino genético, comecei a estudar para achar um caminho. Descobri que herdamos algo muito mais determinante que a genética: os hábitos errados.

O que mudou na sua saúde física? Não apenas me libertei de todo e qualquer mal físico, como meu organismo começou a funcionar como nunca pensei que fosse possível. Meu corpo começou a parar de se defender de mim mesma e a funcionar como nasceu para ser e eu  nunca tinha permitido.


No livro, Alana assina receitas veganas e saborosas

No livro, Alana assina receitas veganas e saborosas (Imagem: divulgação)


Você credita que a maior resistência das pessoas que critica o veganismo é uma influencia da indústria, já que pesquisas mostram o impacto positivo na saúde e na sustentabilidade? Somos todos vítimas de uma manipulação da indústria que nos faz acreditar que precisamos de determinados alimentos. A natureza não precisa de rótulos nem de marketing ou propaganda, ela já é perfeita e é tudo que precisamos. Mas somos induzidos, por interesses de alguns, a acreditar que viver da morte de outros seres com sangue quente nas veias e coração batendo, é normal. Pessoas repetem os mesmos hábitos sem questionar o porquê estão assim fazendo. Nunca vai fazer sentido viver de morte para poder viver. Em nenhuma instância científica, fisiológica, econômica, moral ou espiritual, vão conseguir provar que viver de dor é melhor do que viver de amor. Não fecha a equação. Hoje em todos os congressos de nutrição do mundo estão provando que a dieta vegana é a mais indicada se você quer viver mais, com mais saúde, evitar doenças. Os atletas veganos estão dominando os esportes.

Tudo que é da terra – se consumido com sabedoria- é anti-inflamatório e antioxidante.

É um cuidado de dentro para fora, né… Praticamente tudo que não é da terra (derivados de animais, industrializados cheios de químicas), é inflamatório e oxidante: te envelhece, te adoece, pode te matar, mesmo que em silêncio e aos poucos. Talvez você não sinta nada, (ou sinta mas está tão acostumado a sentir a vida inteira que acha que é assim mesmo). Então imagine como você sentiria se apenas se alimentasse exclusivamente do que realmente te faz bem. Seu corpo não deve sofrer (dias, semanas, meses) por 5 segundos de prazer. Deve ser gostoso na boca e no corpo inteiro. A comida vegana, se preparada com talento e sabor, é muito mais gostosa e prazerosa do que a tradicional.

Só vai ser difícil se você pensar apenas em você. Vai ser fácil se pensar nos animais. Se é difícil para você parar de comer, imagine como é difícil para eles que você coma.

Você já fez desafios no seu perfil mostrando que é possível ser vegana e gastar um valor acessível – os R$ 50 por semana. É um mito de que veganismo é caro, certo? Ser vegano pode ser caro ou barato, mas sempre vai ser mais barato do que comer carne. Até porque remédio é que custa caro e saúde não tem preço. Você pode ser vegano, comer apenas industrializados, não ser saudável e ainda pagar caro. Você pode ser vegano, saber usar os alimentos em sua totalidade (casca, sementes), pesquisar antes de comprar, ser saudável e gastar pouco.


Diário da Alana: ingredientes frescos, estratégias para não gastar muito, sabor e bia apresentação (Fotos: divulgação e reprodução)

Diário da Alana: ingredientes frescos, estratégias para não gastar muito, sabor e bia apresentação (Fotos: divulgação e reprodução)


Quais as estratégias? A polpa do coco verde fresco que é jogado fora pelo feirante, pode virar requeijão, maionese, sobremesas maravilhosas na sua cozinha e de graça, pois é só pedir (eles dão os cocos se você pedir). A semente da melancia que normalmente as pessoas jogam fora, eu transformo num snack maravilhoso e cheio de nutrientes. A semente do melão vira leite, a casca da banana vira bolo, a casca da abóbora é disputada entre mim e meu cachorro, e assim por diante.

100g de um produto comprado numa loja de produtos naturais a 20 reais podem custar 50 centavos num mercado cerealista se comprado a granel.

E como é a sua rotina de beleza? O veganismo é um estilo de vida, senão eu seria apenas vegetariana estrita. O vegano vai além: não consome nenhum produto que tenha origem a exploração animal. Eu não uso cosméticos com ingredientes de origem animal ou testado neles. Mas mesmo sendo veganos, cosméticos podem conter muita química, assim como nos alimentos. O que considero então um tiro no pé, pois vai prejudicar o meio-ambiente e então ferir os animais indiretamente do mesmo jeito. Então minha pia do banheiro é muito parecida com a da cozinha: tem óleo de coco, vinagre de maçã, farinha de grão de bico, cúrcuma, óleo de laranja, de amêndoas, de gergelim. Faço minha própria pasta de dente, meu desodorante, meu hidratante, etc.


Alana, em agravação de seu "Diário de uma Vegana", no GNT (Foto: reprodução)

Alana, em agravação de seu “Diário de uma Vegana”, no GNT (Foto: reprodução)


Seu cabelo é maravilhoso. Como cuida dele respeitando sua escolha consciente? Nossa pele e cabelo refletem nosso organismo por dentro. Se você se nutrir direito, já vai ser meio caminho andado. No início você pode estranhar produtos naturais, pois o shampoo não faz espuma, o hidratante nem sempre é clarinho e a pasta de dente não tão branquinha (mas quem tem que ser branco é seu dente, não a pasta). A médio e longo prazo vai sentido bem a diferença e todos os benefícios.  Cuido do meu cabelo como cuido do meu organismo por inteiro: com ingredientes naturais. Faço máscaras de abacate, enxáguo com vinagre e estou sempre testando produtos naturais prontos que encontro no mercado.

Quais as marcas descobriu recentemente e tem gostado? Tem uma marca que conheci em Goiânia que gosto muito, chama-se Live Aloe. E estou apaixonada por uma marca de maquiagens chamada Baims.

Quais os seus restaurantes veganos preferidos em São Paulo? Banana Verde ( que é 95% vegano) é o que mais vou. O Barão Natural vou sempre e tem um preço super acessível e justo. Não tenho um prato preferido. Tenho muitos! Amo comida indiana, tailandesa e árabe.

Quais as dicas no dia a dia – levar a comida de casa? O que você costuma adotar? Sim, planejamento é a melhor solução para não cair em ciladas de comer algo que você não comeria se não estivesse na rua desesperado de fome. Não saio de casa sem um lanchinho na bolsa ou uma marmita. Quando vejo alguém tirando uma lancheira da mochila na rua, olho com admiração pois ela se respeita. Se estiver na rua e tiver que parar em algum restaurante sem ter planejado,  tento escolher um a quilo ou bufet pois sempre vou encontrar pelo menos um arroz com legumes.

Você acaba de lançar um livro de receitas e logo estreia um programa. Ambos têm o mesmo desafio desmistificar esse universo, assim como  o seu perfil no Instagram – o @theveggievoice? O legal é que todas as pessoas envolvidas no programa querem fazer a diferença também. Todos abraçaram o projeto lindo como parte da missão de ajudar a melhorar esse mundão. E o livro conta um pouco da minha história e do porquê ser vegana. Ele traz um programa de uma semana de receitas veganas: suco desjejum, receitas de café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar, chá da noite. Você pode seguir o programa ou apenas fazer receitas aleatoriamente. Receitas fáceis, saudáveis, rápidas e sem glúten. Traz também dicas de beleza naturais e de limpeza ecológica.

bottom of page